O Sporting perdeu a oportunidade de fazer alguma coisa de jeito nesta época.
Gonçalo Gomes
O Sporting perdeu a oportunidade de fazer alguma coisa de jeito nesta época.
Gonçalo Gomes
Faz de conta que há concorrência leal e honesta no mercado dos combustíveis.
Faz de conta que o FMI não está condenado a tomar conta de Portugal.
Faz de conta que o Cavaco ainda não ganhou as eleições, logo à primeira volta.
Faz de conta que o Sporting ainda é um “grande” no futebol nacional.
Faz de conta que vão haver aumentos salariais a meio do ano.
Faz de conta que não andamos a vender o país a chineses, angolanos e árabes, grupos de pessoas bem conhecedoras da realidade democrática.
Faz de conta…
Gonçalo Gomes
Publicado em Actualidade, Desporto, Eleições, Futebol, Política, Presidenciais
Com as etiquetas Actualidade, Desporto, política
Por mais partilhadas que sejam as opiniões e por mais brilhantes que sejam os argumentos, não há nada mais verdadeiro do que os factos.
E os factos dos últimos 26 anos do futebol português são os seguintes. F.C. do Porto: 17 campeonatos. Benfica: 6 campeonatos. Sporting: 2 campeonatos. Boavista: 1 campeonato. Quase o dobro dos títulos em relação às outras três equipas juntas. No mesmo período, o Porto ganhou 10 Taças de Portugal, o Benfica venceu 6 e o Sporting conquistou 4 (6 foram ganhas por outros clubes); ou seja, tantas como Benfica e Sporting juntos. Nas supertaças, o domínio portista é avassalador: 14 contra 6 do Sporting e 3 do Benfica (e 3 entre Boavista e Guimarães).
Se passarmos para o plano internacional, o quadro também não deixa dúvidas. O Porto foi duas vezes campeão europeu, ganhou 1 Taça da UEFA, 1 supertaça europeia e 2 taças intercontinentais. No mesmo período, o Benfica atingiu por duas vezes a final da Taça dos Campeões (e perdeu ambas) e o Sporting foi a uma final da Taça UEFA, saindo derrotado. Se perguntarmos aos adeptos dos dois rivais do Porto, a maioria diz que a causa destas estatísticas é a “arbitragem”. Durante um dos últimos programas de discussão sobre futebol, perguntava-se aos espectadores por que razão o Porto tem 8 pontos de avanço em relação ao Benfica. Respostas: 77% por causa dos árbitros, depois era mais ou menos 7 ou 8% por mérito da equipa do Porto, 5% por mérito de Villas Boas e 10% por demérito do Benfica. Eis, o “Portugal futebolístico” no seu melhor. Enquanto os benfiquistas e os sportinguistas se vão enganando com “mentiras maioritárias”, o Porto vai juntando títulos aos factos.
A escolha da data para fazer esta pequena (mas indiscutível) amostra não é inocente. Em 1983-84, foi a última vez que o Benfica ganhou dois campeonatos seguidos. De resto, foram vitórias episódicas sem continuidade. Quem leu a magnífica entrevista que Pinto da Costa deu ao Jogo no dia 25, percebe que é essencial saber gerir o sucesso e reagir ao insucesso. O que, obviamente, o Benfica deixou de saber fazer nas últimas duas décadas e meia. A impressionante consistência do Porto durante este período é a melhor prova de gestão eficaz do sucesso. A preparação desta época constitui um óptimo exemplo de como se deve reagir ao insucesso. No final da época de 2008/09, quando o Porto ganhou o quarto campeonato seguido, os seus dirigentes perceberam que seria quase impossível ganhar um segundo penta. O país não aguentaria (como se viu com o caso dos túneis). Por isso, o Porto fez um ano de transição, com dignidade, ganhando a Taça, e preparou-se para a nova época. E fê-lo, como é costume com Pinto da Costa, com coragem e sem medo de arriscar: indo buscar um treinador novo, sem passado, mas com futuro. Foi assim igualmente com Artur Jorge, em 1984/85 (depois de cinco anos sem ganhar o campeonato) e com Mourinho em 2001/02 depois de três anos sem ser campeão. Cegos no seu fanatismo, os benfiquistas e os sportinguistas não conseguem aprender com o exemplo da competência do Porto. Ainda bem para todos os portistas. Um Bom Ano para todos nós.
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João Marques de Almeida, Professor universitário
Sorrateiramente roubado daqui.
Gonçalo Gomes