Se há coisa que me começou a aborrecer no debate televisivo, principalmente nos debates em que participam conhecidos “opinion makers” , foi a tendência generalizada para os partidos se apoderarem destes. Tudo começou de forma subtil. Usaram-se personagens com tendências partidárias e enquanto estas fingiam que não tinham calendário político, iam opinando sobre os temas que mexem a sociedade. O grande problema é que neste momento perdeu-se a vergonha. Basta ouvirmos Emídio Rangel, António Costa ou Clara Ferreira Alves durante 3 minutos, para percebermos que o PS mantém 1 “infiltrado” em cada programa, Pacheco Pereira faz o mesmo pelo PSD e poderia citar mais uma dezena de pessoas que nada mais fazem do que promover e promover-se. Eu não acho anormal que os partidos queiram fazer isto, o que eu não compreendo, é como é que as televisões deixam estragar (ainda pagam para), programas com propaganda partidária, sem conteúdo e protagonizada por maus actores.
Um exemplo de grande carácter, imparcialidade e profissionalismo é o Daniel Oliveira, não vou mentir dizendo que gosto e concordo com tudo o que ele diz ou escreve, ideologicamente estamos bastante afastados até, no entanto, respeito-o por dizer o que pensa e a honestidade para mim, ainda vale muito.
Neste vídeo, no minuto 3 o Daniel dá a sua opinião sobre a moção de censura do Bloco de Esquerda, este discurso não lhe vai dar amigos, também não lhe dá promoção politica, apesar disso, é um bom exemplo do que deve ser o trabalho de um comentador.
Gonçalo Gomes
Gonçalo Gomes
A Prisão do Farol 